5 possíveis cenários para o futuro dos coworkings

futuro dos coworkings

 

Com o crescimento exponencial dos espaços de coworking no mundo inteiro, começa a surgir a questão: será que o futuro dos coworkings é mesmo tão brilhante?

É inegável o crescimento da quantidade de coworkings e usuários desses espaços nos últimos anos. Além de profissionais autônomos e nômades digitais, coworkings têm recebido grandes empresas que estão abrindo mão dos seus escritórios tradicionais para compartilhar espaços com não funcionários — algumas até optam por abrir mão de espaços próprios e abrir suas portas para outros profissionais.

Pelos últimos dois anos, coworkings nos EUA cresceram cerca de 47% ao ano; em Agosto de 2018, cerca de um terço dos escritórios alugados em Manhattan eram espaços de coworking, uma grande mudança no cenário imobiliário da cidade. Tudo parece bom demais para ser verdade – seriam os coworkings a solução permanente para um modelo de escritório que foi imutável durante tantos anos?

A Newmark Knight Frank (NFK) realizou um estudo para entender melhor o cenário dos coworkings em grandes cidades e seu efeito no mercado imobiliário. Considerando também o contexto econômico atual, o estudo criou 5 possíveis cenários para o futuro dos coworkings:

Cenário 1 para o futuro dos coworkings: crescimento em grandes cidades

Neste cenário, coworkings mantêm o crescimento atual e começam a ocupar cada vez mais espaços em grandes cidades como Nova York, Chicago, Washington e Los Angeles. O estudo estima que os espaços compartilhados cheguem a representar 20% do mercado imobiliário comercial nessas cidades. Já outros analistas discordam: eles dizem que esse é um número conservador e estimam que, se mantido o ritmo atual, os espaços compartilhados pode chegar a compor 30% do imóveis.

No Brasil, o crescimento de coworkings foi cerca de 500% nos últimos 3 anos. Cidades como São Paulo e Rio de Janeiro contêm as maiores quantidades de escritórios compartilhados no país, mas estima-se que já existam mais de mil espaços de coworking espalhados pelos 26 estados e Distrito Federal.

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Dentro da rede Woba são mais de 700 espaços, em mais de 110 cidades no país inteiro. Entre elas, São Paulo, Brasília, Manaus, Curitiba, Belo Horizonte e Fortaleza.

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Cenário 2: o mercado cresce

O ritmo de crescimento e uso de escritórios compartilhados continua, mas o mercado passa por algumas mudanças. Com a entrada de grandes corporações nesses espaços, há uma demanda por uma estrutura mais avançada. Além de espaços privativos e benefícios para funcionários locais e remotos. O que pode movimentar as empresas de coworking a se consolidarem para combater a saturação do mercado.

Sandy Paul, diretor sênior de pesquisa do NFK, diz que esse é o “cenário mais provável de se tornar realidade”. Ele completa dizendo que “o processo de consolidação é essencial” para o futuro dos coworkings.

coworking week

A presença de grandes corporações nesses espaços também pode ter uma grande influência na estrutura dos espaços de coworking nos próximos anos. Enquanto profissionais autônomos buscam nos coworkings um espaço aberto para interação e networking, as grandes empresas podem ter prioridades diferentes: mais opções de salas privativas, espaços para reuniões e eventos.

Cenário 3: o mercado se retrai

O crescimento do mercado diminui e chega a somente 5% ao ano. Dentro desse cenário, o estudo argumenta que o crescimento dos últimos anos pode ter acontecido rápido demais. Assim, grandes empresas já consolidadas têm seus clientes e sucesso garantidos, enquanto novos e pequenos espaços encontram dificuldade em competir com os grandes nomes já existentes.

Por outro lado, Steve King, um dos responsáveis por outro estudo feito pelo GCUC (Global Coworking Unconference Conference) contesta. Ele argumenta que a consolidação é inevitável. E mesmo em um cenário que beneficia grandes redes de coworkings, espaços de nicho — aqueles feitos especialmente para profissionais de um área específica — , se bem administrados, vão continuar a ter espaço. Isso porque há profissionais e empresas que buscam ambientes mais focados em comunidade e nicho do mercado.

Diferentemente dos coworkings que parecem ter uma “identidade” do seu público (alguns são mais silenciosos, outros são mais abertos para conversas e interação), os espaços de nicho são criados com um nicho em mente e as demandas daquele tipo de profissional.

Hoje, existem espaços criados especialmente para áreas como programação e desenvolvimento, moda, entre outros. Um exemplo de sucesso é a Sola Salon Studios que abriu sua primeira unidade no Brasil recentemente e tem o foco em atender as demandas de um profissionais de beleza (manicure, cabeleireiros, barbeiros) independente.

Cenário 4: crise na economia

Esse cenário considera um agravamento na economia nos próximos anos e seus efeitos. Nesse caso, profissionais autônomos e pequenos negócios diminuem sua presença nesses espaços para corte de gastos.

Apesar da queda em demanda, empresas de pequenos porte e com uma estabilidade maior continuam ocupando os coworkings. Em um cenário como este, de acordo com o estudo, segue-se a teoria de uma grande consolidação da empresas e redes de coworkings existentes.

Cenário 5: queda no uso dos coworkings

O último cenário é o que que podemos chamar de “o mais pessimista”. Ele mostra uma grande queda no uso dos espaços e prevê a saída de startups e grandes corporações, mais uma vez para corte de gastos. E coworkings fechando as portas por falta de demanda.

Aqui, os coworkings representam apenas 0,7% dos espaços de escritórios em grandes cidades. O que é metade da porcentagem atual, de acordo com o NFK. Grandes empresas voltam a alugar espaços próprios ou buscam alternativas de aluguel mais econômicas. E startups migram para trabalhar em cafeterias e espaços gratuitos, ou home offices.

Conclusão

Mesmo em alguns dos cenários menos promissores para a indústria de coworkings, vemos que o modelo de trabalho flexível e a busca por ambientes de trabalho alternativos é real tanto para profissionais autônomos quanto equipes.

Várias empresas e áreas do mercado já reconhecem os benefícios da quebra do modelo tradicional do ambiente de trabalho. De acordo com Steve King, empresas como IBM já buscam alocar funcionários em diferentes ambientes pois vêem os benefícios à longo prazo na saúde física e mental dos funcionários.

A Woba conta com diferentes espaços para empresas e equipes de diversos tamanhos. Faça uma reserva gratuita para o seu time clicando aqui.

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Bruna Miranda é criadora e estrategista de conteúdo, tradutora, podcaster, e está sempre atrás de um projeto novo. Trabalha como freelancer desde 2015 e já evitou várias reuniões que poderiam ter sido um e-mail.

 

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