O futuro do trabalho será híbrido? O MIT (Massachusetts Institute of Technology) diz que sim. Entenda quais fatores influenciam nessa decisão e por que você precisa preparar seu negócio.
É normal se questionar se o futuro do trabalho será híbrido. Com a inserção da tecnologia nas rotinas mais simples do dia a dia e o surgimento do “novo normal” com a pandemia do coronavírus, esse debate foi fortalecido.
Especialistas afirmam que será criada uma nova forma de trabalhar. A adoção do home office e do trabalho remoto é uma delas. Tanto é que 96% das companhias implementaram esses modelos durante a pandemia e tiveram resultados positivos.
O dado é confirmado pela pesquisa Barômetro Open Mind. O levantamento ainda demonstrou que 50% dos líderes mantiveram a produtividade com essas medidas e 35% viram benefícios na performance organizacional.
No entanto, ainda tem mais. O Massachusetts Institute of Technology (MIT) publicou o MIT Technology Review Brasil e decretou: o futuro do trabalho será híbrido. A afirmação foi embasada em pesquisa com aproximadamente 1.400 entrevistados, que responderam a 54 perguntas.
O que a pesquisa trouxe de interessante? É difícil resumir, mas trazemos alguns dos principais aspectos neste artigo. Então, que tal ler e acompanhar as possibilidades defendidas por um dos maiores institutos de tecnologia do mundo?
A cultura de trabalho se encaixará no modelo híbrido e manterá a produtividade
O primeiro ponto levantado pelo MIT foi relativo às mudanças na cultura organizacional. Pressupõe-se que, fora do ambiente corporativo, o colaborador tem mais chance de seguir outra direção, criando uma rotina de trabalho diferenciada e que pode causar atrasos para o negócio.
Nesse quesito, o estudo percebeu que dois grupos de profissionais tiveram melhor desempenho ao investir no trabalho híbrido. Eles são indivíduos:
- Com consciência da importância do seu trabalho;
- Mais abertos a situações novas.
Para eles, foi possível se acostumar ao novo cenário e alcançar vários benefícios para a cultura de trabalho da empresa. Entre as vantagens estão:
- Foco maior nas reuniões, com consequente redução da perda de tempo;
- Melhoria da produtividade;
- Aumento do tempo passado com a família e do período livre;
- Redução de custos para a empresa e o funcionário. Ou seja, a primeira pode ter uma estrutura menor, enquanto o segundo gasta menos com alimentação e transporte.
Devido a esses fatores, 93,5% dos entrevistados querem manter o formato home office por, pelo menos, um dia da semana. Do total de pessoas que não querem mais voltar ao escritório tradicional, 48% estão na faixa de 35 a 44 anos.
Outros dados importantes sobre a produtividade foram:
- Redução de 12% do tempo em reuniões longas;
- Aumento de 9% no período de interação com clientes e parceiros;
- Realização de 50% mais atividades por preferência pessoal;
- Queda de 15 pontos percentuais nas tarefas consideradas cansativas;
- Crescimento no total de pessoas que acreditam que seu trabalho é importante, menos cansativo e útil para o alcance dos objetivos empresariais.
Com isso, 80% das empresas brasileiras terão algum tipo de home office no pós-pandemia. Apesar de todos esses aspectos positivos, existem alguns negativos. Eles se relacionam a sintomas físicos, emocionais e psicológicos, especialmente:
- Dor nas costas (56%);
- Dificuldade de dormir e dor no pescoço (55%);
- Dor nos ombros (50%);
- Fadiga ocular e sensação e isolamento e solidão (45%);
- Enxaquecas (42%);
- Preocupação com questões financeiras familiares (36%).
A volta ao escritório será diferente
Há quem queira retornar ao modelo tradicional de trabalho. Mas acredite: o número de pessoas que se encaixam nesse quesito é cada vez menor. Ao perceber isso, as próprias empresas adotaram novos modelos de atuação — e isso inclui aquelas que já retomaram as atividades presenciais.
Com a necessidade de cumprir regras específicas e protocolos de segurança, foi necessário rever a presença dos colaboradores em um mesmo local físico. O que era impossível prever é que a necessidade de distanciamento se comprovaria produtiva.
O benefício é tão grande que várias companhias já determinaram a continuidade do home office, mesmo com a chegada da vacina contra o coronavírus. No Brasil, a realidade ainda é um pouco diferente.
O retorno dos colaboradores já aconteceu, em sua maioria. No entanto, várias estratégias são adotadas para garantir a segurança de todos, como o retorno com, no máximo:
- 15% dos colaboradores, planejado por 16,07% das empresas;
- 30% dos colaboradores, previsto por 30,33% das companhias;
- 50% dos colaboradores, adotado por 27,01% dos negócios;
- entre 50% e 100% dos colaboradores, programado por apenas 10,39% das empresas.
Como fica claro, na grande maioria dos casos, o objetivo é ver os efeitos do retorno gradativo e criar estratégias eficientes. Aqui, entra novamente o futuro do trabalho como sendo o híbrido. Um dos motivos é o pedido dos próprios profissionais.
Em pesquisa da Fundação Dom Cabral, ficou definido que 54% dos profissionais querem adotar o trabalho flexível no pós-pandemia. Por sua vez, um levantamento da Cushman & Wakefield indicou que 73,8% das empresas manterão o home office como prática definitiva.
O home office será a opção para todos os segmentos de negócio
No estudo feito pela MIT, foi verificado que o setor de serviços deve ser mais impactado pelo home office. Um dos motivos é ter sido o setor que mais sofre com a pandemia, com perspectiva de melhora somente para 2021 na opinião de 66% dos entrevistados.
Contudo, os outros segmentos também sofrem influência. O percentual de permanência em cada um deles é:
- Serviços: 89%;
- Indústria: 79%;
- Comércio: 73%.
Em relação aos cargos especificamente, 1 em cada 5 deve investir no modelo híbrido. O trabalho remoto flexível tende a ser escolhido para 22,7% das ocupações. No total, isso resulta em mais de 20 milhões de pessoas. Do total analisado, as funções com mais potencial para implementar a estratégia são:
- Profissionais de ciência e intelectuais;
- Diretores;
- Gerentes;
- Técnicos;
- Profissionais de Ensino Médio.
Ainda assim, há diferentes cenários no território nacional. Por exemplo, enquanto em São Paulo é possível adotar o trabalho flexível em 27,7% dos cargos, isso só acontece no Piauí com 15,6% das atividades.
A segurança da computação em nuvem é fundamental para o futuro do trabalho ser híbrido
Todas as atividades realizadas em casa dependem do cloud computing. Por isso, é necessário que as ferramentas e a própria tecnologia sejam seguras e funcionem da maneira adequada. Para a empresa, isso representa reforço na segurança da informação, da infraestrutura e do suporte técnico.
Essas medidas serão ainda mais relevantes com a implementação do 5G e ampliação de Internet das Coisas (IoT) e blockchain. Tudo isso deve levar ao aumento da eficiência nas operações, cumprimento de novos regulamentos e códigos, e alcance de metas de responsabilidade social e sustentabilidade.
Os dados serão tratados com mais eficiência
Com o trabalho híbrido, as empresas tendem a se digitalizar ainda mais. Esse cenário já foi acelerado devido à pandemia, mas causou questionamentos em relação ao tratamento de dados.
A perspectiva é o uso amplo do analytics para obter insights e transformar os dados em estratégias. A partir da relevância das informações, é possível aumentar a performance e tomar decisões acertadas.
Isso impacta desde a produtividade até a gestão dos colaboradores, mesmo daqueles que trabalham na modalidade home office. Também é uma forma de conhecer melhor os clientes para agregar valor ao negócio.
Devido a esse cenário, o MIT destaca que os dados serão fundamentais para o futuro do trabalho. Dessa maneira, será possível até otimizar as práticas de contratação a partir da adoção de estratégias mais inteligentes.
Todos esses fatores explicam por que o MIT afirma que o futuro do trabalho será híbrido. As mudanças exigidas pela pandemia devem permanecer e trazer várias vantagens para colaboradores e ambiente corporativo.
E você, quer entender mais sobre essas novas perspectivas e como implementá-las na sua empresa? Entenda o que é o trabalho híbrido e seu papel no futuro do trabalho.
Texto escrito por Fabíola Thibes, jornalista e redatora web.

8 recursos e vantagens que farão os funcionários voltar ao escritório o mais breve possível

Por que fazer menos Home Office e mais Anywhere Office?

3 coisas que ninguém diz sobre o trabalho remoto
