Hotmart, Ambev, Vtex e GSC: a mudança de cultura pós-coronavírus

O que muda na cultura e na gestão de pessoas depois que tudo isso passar? Esse foi o tema do quarto e último dia da nossa semana de webinars “Volta ao Escritórío: o futuro é flexível”. Nesta quinta-feira, 27 de maio, nossa CEO Roberta Vasconcellos recebeu César Barboza (head de RH da Hotmart), Daniel Spolaor (diretor de RH da Ambev), Flávia Vergili (Chief People Officer da Vtex) e Sandra Gioffi (diretora de RH da GSC e Conarh).

Os convidados falaram sobre os desafios superados antes e durante o período de isolamento, além de abordar as políticas adotadas por cada empresa para garantir que os colaboradores continuassem felizes e saudáveis. Eles também discutiram como será o “novo normal” na cultura e gestão de pessoas após a crise do coronavírus. Confira, a seguir, os destaques do webinar!

Papel da gestão de pessoas nesse momento

Em um período de tantas incertezas e insegurança, os profissionais de recursos humanos (RH) se fazem ainda mais importantes do que já são dentro das empresas. Os colaboradores naturalmente passam a sentir uma necessidade maior de apoio emocional e psicológico, e os gestores também necessitam de uma orientação específica para lidar com a situação.

Daniel Spolaor, diretor de RH da Ambev responsável por seis países da América do Sul, pontuou que a área sempre esteve preocupada com o bem-estar e desenvolvimento das pessoas, mas que agora a atenção principal está voltada para a saúde e segurança dos funcionários. “Criamos comitês regionais para entender quais eram as melhores soluções. Precisamos ouvir as pessoas ativamente para ajudar a entender a situação rapidamente. Flexibilidade é o jogo. O que fez a gente evoluir e aprender com o negócio foi ouvir muito e se adaptar rápido”, disse.

Já Flávia Vergili, que cuida do time de people & places da Vtex em 14 países, contou que a equipe criou um protocolo de alerta de saúde e segurança em escalas, classificadas de 1 a 5 de acordo com o risco. “Por exemplo, na escala 5, todo mundo é obrigado a ficar em casa, cancelar as viagens etc. diferentemente da escala 4 que é altamente recomendado ficar em casa mas você pode ir para o escritório se quiser. Então o que aconteceu foi que demos autonomia para os gestores de cada país para, com base nessa escala, tomar as ações em cada escritório”.

cultura

Prioridades para o cenário atual

Sandra Gioffi, que é diretora de RH da GSC, uma empresa integradora de saúde multidisciplinar, afirmou que a prioridade agora é a saúde física, mental e emocional dos colaboradores. “É um momento que a gente acordou pro humano. E eu tenho a sorte de ter um time maravilhoso. A gente parou pra olhar um plano de RH específico para essa crise. Foi desde um trabalho para monitorar a saúde, de desenhar um plano de acolhimento e engajamento, darmos muito suporte à liderança, até a educação e orientação: muita informação”.

Já César Barboza, da Hotmart, explicou que uma série de ações focadas nos pilares da cultura da empresa estão sendo tomadas. “A nossa cultura é baseada em três pilares: love, liberdade e autonomia. Pra fazer essa transição a gente dividiu isso em quatro pilares: transparência e informação; adaptação e reinvenção; comunidade; e nosso ativo mais valioso: os troopers (apelido dado aos colaboradores da Hotmart)”, disse.

Dentre as ações podemos destacar o envio semanal de atualizações do cenário interno e externo, feito pelo CEO, JP Resende, a realização de eventos online (como o aniversário de 9 anos da Hotmart) e o apoio a fornecedores.

Como manter a felicidade e o engajamento

Outro ponto discutido pelos convidados foi a necessidade de desenvolver estratégias para manter a felicidade e engajamento das pessoas. Sandra contou que em uma pesquisa realizada na GSC foi percebido que o engajamento estava ainda maior do que antes da crise, muito provavelmente por conta das políticas de acolhimento adotadas pela empresa.

Daniel disse que na Ambev a tecnologia tem sido uma grande aliada, mas que o lado humano é ainda mais importante. “Primeiro começamos a perguntar para as pessoas como elas estavam. Desenvolvemos alguns aplicativos e tínhamos uma rede de apoio para descobrir isso, usando chatbot com inteligência artificial.  Mas a outra coisa é a solução local, cada região com a sua decisão. Tomamos iniciativas de muita comunicação”, disse o diretor que ainda completou: “as pessoas querem botar um pouquinho o pé no chão, e é difícil nesse momento. Demos o máximo de transparência”.

Empatia é a palavra do momento

César destacou que agora mais do que nunca precisamos exercer a empatia, a capacidade de se colocar no lugar do outro. Afinal, cada pessoa vive uma realidade diferente dentro de casa. Enquanto alguns moram sozinhos e sofrem com a solidão, outros estão tentando equilibrar trabalho, casamento e filhos. Algumas pessoas têm um ambiente mais propício para o home office, já outras não possuem a infraestrutura adequada — e é papel dos gestores entender tudo isso.

“A comunicação é sempre um ponto a ser melhorado, e agora mais ainda. Ela tem que ser mais fluida, mais transparente, o 1-1 tem que ser intensificado”. César Barboza, Head de RH da Hotmart

Daniel concordou, e acrescentou que isso deve ser mantido para o futuro. “As pessoas vivem vidas diferentes, têm necessidades diferentes. E as empresas se fixaram num modelo só. O que estamos vendo agora é que precisamos oferecer opções para as pessoas. Na Ambev fizemos algumas pesquisas e descobrimos que não existe uma tendência, cada pessoa quer uma coisa. E é possível atender”.

Sobre o futuro e o “novo normal”

Na mesma linha dos pensamentos anteriores, Flávia Vergili acredita que a empatia se fará cada vez mais presente no ambiente de trabalho, e esse será o “novo normal” na cultura das empresas. “A tendência do futuro pós-pandemia é de relações muito mais saudáveis, de empatia e compartilhar mais a vida pessoal dentro do profissional, não ter tanta separação. Isso faz bem”.

“É uma era que nos mostrou que independente do nível hierárquico nas empresas é preciso adaptabilidade, criatividade e humildade para encarar a situação. Trabalhar em conjunto nesses momentos é essencial”, completou Sandra Gioffi que ainda disse que para reter talentos é preciso praticar o que se diz: “a retenção é emocional. Mantendo vivo o propósito da empresa, praticando a cultura. O que mais me reteve a minha vida toda foi a minha liderança: você olhar pra cima e se manter motivado é o que te retém”.

O que é o escritório para vocês?

Para finalizar, nossa CEO, Roberta Vasconcellos, perguntou aos convidados: o que o escritório representa para vocês? Veja as respostas dos gestores de cultura e pessoas:

  • César: o escritório é um ambiente primeiramente onde as pessoas se sintam seguras e queiram estar presentes. Ambiente em que eles se sintam confortáveis. O cafezinho, momentos de interação. O momento de maior troca de experiência.
  • Sandra: o escritório é um ponto de encontro. Tem muita coisa que a gente pode fazer à distância, mas o contato pessoal é insubstituível.
  • Daniel: no final das contas é sobre gente. As pessoas querem estar juntas. Uma coisa é você estar em casa trabalhando. Outra coisa é você ter a necessidade de encontrar no trabalho. O escritório é sobre gente se encontrar, precisamos disso.
  • Flávia: acho que tudo que a gente quer fazer remoto a gente consegue, mas temos a necessidade do encontro presencial. Essas conexões que a gente tem nesses espaços são necessárias para desenvolver as relações humanas.

E aí, curtiu? Essa foi uma semana de muito conteúdos e aprendizados. Recebemos grandes nomes para falar sobre o futuro do trabalho e a eventual volta aos escritórios. Se você perdeu algum dia, não se preocupe, todos os webinars ficarão gravados no nosso canal do YouTube. Para ter acesso basta se inscrever aqui

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