Um empreendedor à frente do seu tempo: conheça Pedro Vasconcellos, do Woba

Pedro Vasconcellos sempre foi um garoto muito curioso. Ainda criança, começou a praticar diversos esportes porque sempre gostou de encarar desafios. Apesar da pouca idade, as competições eram dignas de gente grande.

Aos 13 anos, ele completou o Iron Biker, uma das provas mais duras e fortes do mundo, em que teve que pedalar centenas de quilômetros. Aos 14, orgulhou a família e os amigos ao se sagrar campeão brasileiro de judô.

Hoje, aos 28, Pedro ainda continua firme e forte nos esportes e sempre está envolvido em treinos de jiu-jitsu e partidas de tênis. Ele também é muito ligado a música, meditação e yoga. Além dessas práticas, ele abraçou outra que é uma grande paixão: o empreendedorismo.

Pedro Vasconcellos é um dos fundadores do Woba e já teve diversas experiências no universo das startups. Inquieto, rodou o mundo e já morou nos Estados Unidos, no Chile, na Austrália e na Alemanha.

Todas essas vivências, é claro, renderam muitas histórias e, neste texto, vou contar as principais. Se você quer inspiração para sua a carreira, seus projetos e negócios, este texto é parada obrigatória.

A seguir, portanto, você confere um pouco da história do Pedro, que, na minha opinião, além de visionário e estar à frente do seu tempo, é um dos principais empreendedores do país e talvez do mundo.

A BASE DA FAMÍLIA E COMO TUDO COMEÇOU

Pedro Vasconcellos é o segundo filho da Bebela e do Victor e irmão da Roberta, da Rafaella e do Bernardo. Ele nasceu em Belo Horizonte e vem de uma família muito empreendedora.

Seus avós tiveram negócios em áreas como varejo, bancos e supermercados. Ao mesmo tempo que tocavam seus empreendimentos, cuidavam da família com a mesma maestria. Assim, os almoços e os jantares na casa de Pedro eram (e ainda são) recheados com assuntos sobre negócios.

“Meus pais e meus avós sempre me estimularam a criar nosso próprio caminho e a buscar algo maior. Isso me inspirou profundamente”, disse.

Aos 16 anos, depois de experiências marcantes na bike e no judô, Pedro foi morar na Austrália para fazer High School em escola pública. Lá, trabalhou em um supermercado e também aprendeu muito sobre pessoas.

Aos 13, pronto para o desafio no Iron Biker

Depois da Austrália, ele voltou ao Brasil para estudar engenharia. Ao mesmo tempo, começaria de fato a sua vida como empreendedor.

O QUE A ENGENHARIA TEM A VER COM TECNOLOGIA E EMPREENDEDORISMO

Pedro Vasconcellos é desde sempre o geek da família e adora aplicativos, ideias e conceitos relacionados ao universo da tecnologia. Neste ano, por exemplo, marcou presença no SXSW, o maior evento de tecnologia e economia criativa do mundo, que aconteceu no Texas, nos Estados Unidos.

No entanto, no começo da sua carreira, em vez de ir para o mercado de tecnologia e startups, ele optou em estudar engenharia civil e foi empreender nessa área.

Assim, aos 21 anos, em 2012, ele abriu uma construtora de casas populares e construiu 12 residências. Foi um projeto que movimentou 1 milhão de reais em vendas e uma baita responsabilidade para um garoto tão jovem.

As responsabilidades eram cada vez maiores, mas ele deu conta do recado e surpreendeu a todos. No entanto, mesmo gostando do que fazia e com tudo dando certo, Pedro não estava totalmente satisfeito.

Na ida e na volta para a construtora, ele adorava ouvir podcasts sobre empreendedorismo. Escutava aulas de Stanford sobre startups e ficava por dentro das principais ideias que estavam rolando no Vale do Silício.

Ao mesmo tempo, a irmã Roberta — a essa altura totalmente envolvida com tecnologia e startups —sempre falava a respeito desse universo, mas Pedro não dava atenção. “Nessa época, a Ró estava na Samba Tech e eu não sei como não fui visitá-la no escritório”, disse.

Mas, meio que intuitivamente, começou a devorar tantas coisas do mundo do trabalho irmã e teve um sonho de montar um outro negócio. Isso significava que a engenharia estava com os dias contados.

Pedro Vasconcellos
Marcando presença no SXSW 2019, no Texas (EUA)

ENTRADA NO MUNDO DAS STARTUPS

Pedro Vasconcellos é religioso e acredita em sinais. Em uma noite, teve um sonho sobre uma idéia de negócios e contou isso para a Roberta. Ao mesmo tempo, ele estimulou a irmã a deixar a empresa que trabalhava para empreender.

O sonho de Pedro era sobre contar histórias para conectar pessoas por meio de tags. A Roberta, por sua vez, deixou seu trabalho e virou sócia do irmão, junto a alguns amigos.

Os primeiros negócios não deram muito certo. “Vi que muita gente na faculdade emprestava caderno, anotações e xerox. Então, a ideia foi criar uma plataforma para facilitar o dia a dia das pessoas em seus estudos”.

Apesar do início animador, viu que aquilo não era exatamente o que fazia seu coração bater forte. No entanto, o aprendizado foi muito válido e essencial para os negócios seguintes.

“O que importa é a jornada, ela tem que ser importante. Se tudo deu errado, deu certo, porque é na jornada que você conhece pessoas novas, culturas e sempre está dando um passo à frente”, disse Pedro Vasconcellos.

“Eu sempre pensei na jornada. No Iron Biker, por exemplo, eu rodei centenas de quilômetros e a sensação de completar foi incrível, mas o que me inspirou foi o caminho. Cheguei a ter uma cãibra e meu pneu furou, mas me mantive firme e isso foi essencial para conquistar meu objetivo. Nos negócios, não é diferente”, completou.

Fazendo uma analogia, essa primeira ideia da plataforma de xerox foi como as cãibras do Iron Biker. Um obstáculo natural que precisou ser superado para a competição continuar. E ela estava apenas começando…

A IMPORTÂNCIA DAS CONEXÕES E UMA GRANDE IDEIA

Nesse caminho de descobertas no universo da tecnologia e das startups, Pedro Vasconcellos conheceu pessoas incríveis, como o Simon, um americano muito experiente no universo dos negócios que era amigo da família e acabou se tornando um mentor e amigo dele e da Roberta.

Aos poucos, conexões como essas foram essenciais para os próximos passos dos irmãos. No começo, eles não gostavam de falar sobre as ideias que tinham, com receio de outras pessoas roubarem. Pura bobagem e logo eles perceberam isso.

Assim, em meio às trocas de ideias entre os sócios, surgiu o TYSDO, um acrônimo para Things You Should Do, uma plataforma digital que ajudava as pessoas a alcançarem seus sonhos.

“Começamos na área de turismo e vendemos uma lista de experiências para pessoas que gostariam de viver essas experiências”, contou Pedro. O negócio chegou a fazer muito sucesso e Pedro, Roberta e seus sócios começaram a participar de várias competições de startups no país. Inclusive, chegou a acelerar a startup em dos programas mais famosos do mundo, no Chile.

Em 2014, o TYSDO foi considerado o melhor app do Brasil pela App Store, contou com parceria com algumas das maiores marcas do país e as coisas iam de vento e polpa.

No entanto, apesar de o negócio cumprir o propósito de conectar pessoas, ele não era escalável. Outra notícia não muito animadora é que a empresa era mais uma agência de marketing do que uma startup.

“Cometemos diversos erros, como não focar em um nicho. Além disso, sem estar consolidado no Brasil, começamos a lançar o TYSDO em várias línguas e países. Claro que aprendemos muitas coisas e tínhamos certeza que a paixão de conectar pessoas era algo que a gente acreditava e que poderia fazer para o resto da vida, mas o modelo de negócios precisava mudar”.

Pedro Vasconcellos

Dessa maneira, com muita dor no coração, a ideia do TYSDO acabaria ali.

UM NOVO PERSONAGEM E O NASCIMENTO DO BEERORCOFFEE

Inquietos, Pedro e Roberta sabiam que precisavam avançar em um novo empreendimento. O Simon, amigo e mentor, havia apresentado o Eric Santos, um empreendedor serial e visionário de tecnologia, considerado por muita gente do meio como o melhor CTO do Brasil.

Em sua carreira, Eric chegou a estar à frente de 8 redes sociais simultaneamente — incluindo o Flogão, que causou um verdadeiro alvoroço no mercado —, que movimentavam milhões de reais. De forma espontânea, por ter valores e propósitos alinhados, Eric começou a dar mentorias para o Pedro e a Roberta.

Ao mesmo tempo, os irmãos também foram buscar conhecimentos com os principais nomes no mercado do mundo. Chegaram a fazer várias imersões no Vale do Silício, por exemplo, onde tiveram muitos aprendizados.

Com isso, o quebra-cabeça começou a ser montado e, apesar de o TYSDO não existir mais, era essencial que a sua essência de conectar pessoas continuasse existindo. Dessa forma, em 2015, a história do Woba começava a ser escrita, com o Pedro, a Roberta e o Eric como sócios.

O CAFÉ, A CERVEJA E O PODER DA CONEXÃO

O Woba começou com a ideia de unir as pessoas para falarem de negócios. Por meio de uma plataforma, os usuários se encontravam em uma cafeteria. Os empreendedores combinam com um estabelecimento e, assim, monetizavam em cima do café ou da cerveja.

A ideia mostrou-se um sucesso e as pessoas se engajaram. No entanto, os empreendedores perceberam que as pessoas marcavam os encontros no aplicativo e, em vez de irem para um café, iam para os coworkings.

Nessa época, o Woba entrou no programa de aceleração de startups do Seed, em BH. Ao mesmo tempo, também estava no programa do Startup Chile. Enquanto a Roberta ficava em BH, o Pedro Vasconcellos estava no Chile.

Apesar dos programas, para validar a ideia os empreendedores também faziam a coisa acontecer “no braço”. Depois de BH e do Chile, eles partiram para o Cubo, em SP, e faziam as conexões entre as pessoas pessoalmente.

Apesar do grande sucesso, aquele modelo de negócios não era muito lucrativo e/ou sustentável. Então, mais uma vez, uma nova mudança teria de acontecer. Mas o Woba não iria acabar. Pelo contrário

BEERORCOFFEE E A ENTRADA NO MUNDO DOS COWORKINGS

Como as pessoas estavam indo para os coworkings e não para as cafeterias, Pedro e seus sócios voltaram a atenção para esses espaços. Além disso, muita gente da mentoria começou a questionar o porquê de não investir nos coworkings.

Dessa forma, o Woba voltou seus olhos para esses espaços. Em um primeiro momento, os donos do Guaja, em Belo Horizonte, deixaram que Pedro e seus sócios oferecesse algumas cadeiras para os usuários da rede.

Com isso, outros coworkings também começaram a liberar a entrada de usuários do Woba. Nesse começo, em que a ideia estava sendo validada, ainda não existia um modelo de monetização.

No entanto, Pedro Vasconcellos e companhia pensaram em como cobrar para as pessoas utilizarem os coworkings.

“No início de 2017, paramos de ganhar pelo café e pela cerveja e propomos que as pessoas pagassem um plano para trabalhar nos coworkings da nossa rede”, disse Pedro.

Pedro Vasconcellos

Dessa forma, ouvindo os usuários, o Woba foi melhorando e crescendo a rede. “Atualmente, são mais de 80 mil usuários, mais de 600 espaços no país e os melhores espaços de coworking”, contou.

O Woba atende empresários remotos e, cada vez mais, oferece suas soluções para empresas de todos os segmentos e portes do mercado. Atualmente, por exemplo, grandes grupos como Movile, Stone, Roche, Algar, Gympass, Renault, entre outras, utilizam a rede.

“Entre outras ações, ajudamos o Gestor de Facilites e eles conseguem, principalmente, economizar tempo e dinheiro para as empresas que representam. Só o Banco Inter, por exemplo, teve R$ 1,5 milhão de economia ao ano”, destacou Pedro.

Pedro Vasconcellos
Parte da equipe Woba, no Case de 2018

FUTURO DO PEDRO VASCONCELLOS, DO BEERORCOFFEE E DO MERCADO

O mercado de coworkings, especialmente no país, ainda está engatinhando e isso significa que existem muitas oportunidades de crescimento. Portanto, ainda há muito espaço para o crescimento do Woba no mercado.

“Penso que a liberdade para trabalhar será cada vez mais praticada. No futuro, salas de reunião, espaços de eventos e outros ambientes compartilhados serão cada vez mais utilizados para pessoas trabalharem e as empresas desenvolverem suas estratégias de negócios”, disse Pedro.

“É bem provável que as empresas tradicionais que se negarem a dar mais liberdade aos seus funcionários ficarão atrasadas”, continuou.

De fato, isso é algo que vem acontecendo de maneira muito rápida. As maiores marcas do mundo, como Google e Apple, já contam com programas de home office e também mantém programas que são desenvolvidos dentro dos coworkings .

Com relação ao Woba, as coisas também estão avançando. Hoje, são cerca de 30 funcionários, que estão espalhados em 4 países e 8 cidades e a expectativa que é que esse número cresça em breve.

“Não faz sentido contratar gente que é só daqui ou dali, o mais interessante é contratar gente de tudo que é lugar do mundo. Adoramos e abraçamos a diversidade em nosso time e somos contra qualquer tipo de preconceito”, disse Pedro.

Sobre o futuro do Pedro Vasconcellos em si, não dá para adivinhar. Mas é possível fazer algumas conclusões. Brinco que ele é um robô porque faz muita coisas em diversas áreas, de forma rápida, prática e com um alto nível de excelência. Como não sou bobo, estou sempre por perto dele.

Pedro, enfim, é daqueles pessoas indispensáveis que vieram ao mundo para fazer a diferença e fazer história.

SAIBA MAIS

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Texto escrito por Renato Ribeiro, Content Owner no Woba.

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